top of page

Destaques 

21

Março

2016

Em meio à retração generalizada da economia, o campo tem sido uma exceção. Com injeção pesada de tecnologia em todas as etapas do processo produtivo e câmbio favorável, o agronegócio, único setor que cresceu no País em 2015, vem conseguindo driblar os gargalos de infraestrutura e cravar sua competitividade no cenário internacional. Neste ano, a produção de soja, carro-chefe do agricultura brasileira, deve ultrapassar a barreira das 100 milhões de toneladas.

A nova safra recorde vem apesar de irregularidades climáticas que assolaram seis Estados, incluindo os principais produtores - Mato Grosso e Paraná. Mesmo assim, o País deve produzir 101,2 milhões de toneladas de soja, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com esse resultado e o crescente ganho de produtividade, o Brasil, que já é o maior exportador do grão, caminha para ultrapassar a produção dos EUA nas próximas safras.

“A tendência é de que o Brasil supere os Estados Unidos, não sabemos se na safra 2016/17, se na 2017/18. Mas, quando passar, vai ultrapassar e abrir”, diz André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult. Essa também é a expectativa do superintendente técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Bruno Lucchi. “Se as previsões de queda de área nos EUA e aumento no Brasil se confirmarem, a produção brasileira deverá ficar muito próxima da dos EUA.”

Para Pessôa, o bom desempenho também é fruto do uso mais cuidadoso de boas práticas agronômicas, como capricho na escolha de sementes e velocidade adequada de plantio. “Nesta safra, vimos muitas lavouras com produtividade acima de 70, 80 sacas por hectare (a média nacional é de 50)”, diz. “Esse grupo fará o País dar um salto de produtividade - e o que esses produtores têm está à disposição de todos.”

Além do investimento pesado em tecnologia e de políticas públicas de incentivo, como disponibilidade de crédito a taxas atrativas, houve também um importante crescimento em gestão das cooperativas agrícolas brasileiras. Mas os grandes números e cifras só foram possíveis graças ao boom das commodities nos últimos anos, puxado pela crescente demanda chinesa.

Para a próxima safra, porém, existem algumas incógnitas: a oferta de crédito e a cotação do dólar (que garantiu a rentabilidade do produtor nas últimas duas safras, apesar da queda dos preços na bolsa de Chicago). “Plantamos em 2014 com um câmbio de R$ 2,70 e colhemos a R$ 3,20. Agora, plantamos a R$ 3,60. Quem fechou com o dólar a R$ 4 se deu bem”, diz o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

Para quem ainda não comercializou toda a soja, porém, as margens serão mais estreitas, já que o dólar recuou quase 10% em 2016. “A demanda por crédito não foi tão explosiva no ano passado porque tinha muita gente capitalizada”, afirma. “Com a queda na renda, redução do crédito e a instabilidade política, que reduz a confiança, há uma tendência de maiores dificuldades em 2017.”

 

 

Fonte: Gazeta do Povo / Agro

30

junho

2016

Sua empresa vai adquirir,ou incorporarar outra?

Já fui contratado para realizar trabalhos em empresas de pequeno e médio porte, que adquiriram outras sociedades, e por conta desta condição fui testemunha de aquisições que se revelaram catastróficas, simplesmente porque o processo de aquisição foi executado de forma empírica, ou porque o adquirente não tinha hábito de investir com frequência, e supôs que uma conversa “olho no olho” era suficiente.

No caso de aquisições, mesmo de empresas de pequeno porte, é fundamental o apoio de uma due diligence, para que os investidores/compradores se previnam de riscos que porventura existam no negócio antes de incorporar. Basicamente este processo é a análise e avaliação detalhada de informações e documentos de uma determinada empresa, seus ativos e passivos.

Obviamente que há outros motivos para fracassos empresariais. Não somente uma diligência devida poderá identificar todos os possíveis riscos. Outros fatores podem contribuir para estas falhas. Mas, a criteriosa análise dos aspectos contábeis, financeiros, fiscais é mandatória nas aquisições, reduzindo o risco a um limite razoável. Considerando que Código Nacional Tributário repassa os passivos fiscais existentes e remanescentes à adquirente ou incorporadora, os aspectos previdenciário e contencioso também devem compor esta lista de premissas básicas.

Não vou me ater a todos os pontos inerentes a uma diligência completa devido à exiguidade que tenho com espaço em texto, mas algumas informações certamente poderão servir como ideias complementares para o pequeno e médio empresário, que estiver visando adquirir algum empreendimento, ou atualmente esteja em um processo de aquisição:

Durante o processo e antes de propor um preço final de compra, é necessário:

  • Que contabilmente sejam criadas provisões sobre quaisquer contingências fiscais;

  • Contingências trabalhistas devem ser avaliadas também e provisionadas;

  • Obtenção de informação dos juristas envolvidos quanto aos resultados positivo ou negativos destes processos é muito importante;

  • Passivos ambientais (se porventura houverem) devem ser quantificados, e proceder ao acima mencionado;

  • Encargos sobre débitos pendentes devem ser computados para se chegar ao real valor dos mesmos;

  • Corretos provisionamento sobre dívidas com fornecedores nacionais;

  • Fornecedores estrangeiros e o registro de suas variações cambiais;

  • Empréstimos (mútuos) com pessoas ligadas ou instituições financeiras;

  • Observação sobre controles financeiros viciados ou inexistentes, falta de orçamento básico, inexistência de fluxo de caixa são aspectos a serem considerados;

  • Certidões;

  • Licenças de softwares;

  • Marcas e Patentes;

  • Contratos em andamento, em vias de se extinguirem ou serem renovados;

Todavia, deve ser levado em conta que não basta adquirir a empresa e seguir em frente sem um planejamento das ações futuras, que irão nortear o crescimento empresarial. Em outras palavras, não adianta crer que só a compra por si só, irá alavancar negócios, e fomentar crescimento.

Por vezes uma empresa está sendo adquirida, porque o negócio apresenta-se interessante do ponto de vista de unir forças, às vezes porque tem um ótimo produto, muitas das vezes porque se quer anular a concorrência naquela região enfim, infinitas razões.

Assim, o adquirente deve necessariamente analisar o negócio – se não for capaz de fazê-lo contrate consultores independentes que possuem uma visão diferenciada da equipe interna – e solicite um plano de desenvolvimento o qual contenha soluções que sejam inovadoras, que permitam atender as expectativas do novo proprietário, assim como clientes, fornecedores, novos projetos, equipe interna, etc.

Resumindo, para que a aquisição seja bem sucedida, é necessário também, repensar e planejar a gestão pós-transição de controle.

 

Sobre o Autor: 

Aristides Bichara  é Graduado em Ciências Contábeis, Consultor Empresarial, e sócio fundador da Dunker Consult. Neste blog, escreve sobre temas atuais, tais como: inovação, finanças, negócios, tecnologia, objetivando sempre a pequena e média empresa. 

e-mail:aristides.bichara@dunkerconsult.com.br

19

agosto

2016

Rendimentos dos sócios – Pró-labore ou Distribuição de Lucros?

Existem duas formas de remunerar os sócios de uma empresa: o pró-la­bore e a distribuição de lucros.

Pró-labore
O pró-labore é a remuneração dos sócios que trabalham na empresa e corresponde ao salário de um administrador contratado para isso. Assim, o valor do pró-labore deve ser definido com base nos salários de mercado para este tipo de atividade.
Não é aconselhado pagar um pró-labore maior do que se pagaria a um funcionário que exerceria a mesma tarefa que o sócio, pois isto afetaria o caixa da empresa.
Por outro lado, pagar ao sócio um pró-labore menor do que se pagaria a um funcionário que exerceria tal função, apesar de não afetar o caixa da empresa, sujeitará a empresa a uma autuação de sonegação fiscal, pela não tributação dos valores efetivamente recebidos pelo sócio.

Distribuição de lucros
Já a distribuição de lucros equivale à remuneração do capitalista, trab­alhando ele ou não na empresa. Os donos da empresa devem repartir o lucro advindo das operações como forma de remunerar seu capital empa­tado no negócio e os riscos assumidos pelo empreendimento. A divisão dos lucros se dá de forma proporcional à parcela de cotas de cada sócio no capital social da empresa. Não havendo lucro, não pode haver tal distribuição. Importante, a distribuição de lucros, desde que demonstrada contabilmente, são isentas de tributação.

Para o cálculo do pró-labore e da distribuição de lucros são indicados os seguintes passos:

1° Passo - Pró-labore:

• Defina corretamente as atividades que os sócios desempenham ou querem realizar na empresa;
• Verifique, no mercado, quanto custaria para contratar um profissional que realizasse tais atividades, com a qualidade esperada;
• Defina o valor do pró-labore como se fosse o salário desse profissio­nal.

2° Passo - Distribuição de lucros:

• Apure, com rigor, os resultados da empresa, tirando do faturamento todos os custos e despesas imputadas no período;
• Crie reservas de lucros que não serão distribuídos, para fazer frente a reinvestimentos necessários na empresa. É recomendável se ter um “colchão” de recursos para situações extraordinárias e não previstas;
• Divida o restante do lucro como dividendos entre os sócios da empre­sa, proporcionalmente a suas participações no capital social.

EXEMPLO:

Suponha a uma empresa que tenham 03 sócios, onde cada um invista R$10.000,00 no negócio, totalizando R$30.000,00.
Por causa das especializações de cada um deles e das necessidades de funcionamento da empresa, definiu-se que, um trabalharia como Diretor Comercial e outro como Diretor Técnico. O terceiro sócio apenas colocou seu dinheiro e não está disponível para realizar nenhuma atividade na empresa, participando apenas das reuniões mensais de apuração de resultados.
Verificou-se, como padrão de mercado para empresas desse mesmo ramo de atividade e porte, que um Diretor Técnico ganha, em média, R$2.000,00 por mês e o Diretor Comercial ganha, R$2.000,00.
Com base nisso, os sócios acordaram que o pró-labore seria de R$4.000,00 para os dois sócios que trabalharão na empresa.
Apurados os resultados de um período, a empresa gerou lucro de R$50.000,00. Na reunião para avaliação dos resultados, os sócios definiram uma provisão de lucros retidos de R$20.000,00 e dividiram os restantes R$30.000,00 em três parcelas iguais de R$10.000,00 para cada sócio, de acordo com o capital investido por cada um deles no total do capital social da empresa.

bottom of page